Como sustentáculo do terroir, o solo é um dos elementos mais importantes na viticultura.
A infografia que desenvolvemos acima explora a influência dos diferentes tipos de solo nas características dos vinhos e está baseada na obra daqueles que defendem um vínculo direto entre solo e vinho.
Tal temática, porém, é complexa e ainda sujeita a debate. Além disso, a infografia apenas veicula em traços muito gerais a relação entre solo e vinho.
Estas generalizações nem sempre são aplicáveis, já que não integram o efeito de outros componentes do terroir como a altitude, a vinificação ou a geomorfologia.
No entanto, como primeira aproximação, o conteúdo da infografia pode ser útil no entendimento da relação entre os vinhos e os solos.
Conhecidos pela sua boa drenagem e retenção de humidade, os solos calcários geram vinhos com acidez e frescura marcantes. Encontramos aqui uma mineralidade pronunciada, tal como se observa nos vinhos da Borgonha ou de algumas áreas da região vitivinícola de Lisboa. Estes vinhos tendem a ser frescos e frutados.
Típicos de regiões como o Douro, Mosel (Alemanha) e Priorat (Espanha), os solos xistosos ou de ardósia são rochosos, fragmentados e exibem uma excelente drenagem e retenção de calor. Estas condições originam vinhos concentrados, encorpados e ricos em fruta madura.
Os solos argilosos são mais compactos e pesados, com baixa drenagem. Estes solos originam vinhos encorpados, ricos em sabor e com taninos suaves. Exemplos de geografias notáveis com solos argilosos incluem Rioja (Espanha) e Pomerol (França).
Já os solos arenosos, como os de Colares (Portugal) e Barolo (Itália), têm boa drenagem e são pobres em nutrientes. Estes solos permitem o desenvolvimento de vinhos leves, delicados, com grande intensidade aromática e taninos suaves. Dos solos arenosos nascem vinhas naturalmente resistentes à temível filoxera.
Por fim, os solos vulcânicos, como os encontrados no Pico (Portugal) e Santorini (Grécia), são ricos em nutrientes e caracterizam-se por uma drenagem excelente. Complexos, os vinhos destas regiões transmitem uma acidez firme e notas salinas ou fumadas.
Os solos graníticos, como os solos do Dão ou de Beaujolais, em França, são acídicos e oferecem drenagem excecional. São também pouco férteis, uma característica muito desejável que contribui para a qualidade dos vinhos aí nascidos. Os vinhos destas regiões distinguem-se pela elegância, complexidade, acidez vibrante e elevada mineralidade. São também vinhos com grande potencial de guarda, especialmente nas variedades tintas e nos vinhos monovarietais de Encruzado. Estes são os solos a partir dos quais a Quinta da Alameda dá origem a puros vinhos do Dão.