
Ser Vigneron afirma dedicação total à vinha e ao vinho. Esta forma de estar defende a autenticidade e reforça a ligação íntima entre o terroir, o vinho e a filosofia enológica subjacente.
Ser Vigneron significa trabalhar apenas com uvas próprias e vinificadas somente em recursos próprios, sem atalhos ou facilidades. Este modelo exclui a compra de uvas a outros e impede o uso da adega por terceiros. Cada vinho expressa a filosofia enológica de quem cuida e acompanha a sua vinha ao longo do ano.
Sim. Em Portugal existe o vitivinicultor-engarrafador. Este estatuto obriga o produtor a vinificar apenas as suas uvas e exige inscrição no Instituto da Vinha e do Vinho.
A maior vantagem é o controlo absoluto sobre a origem, qualidade e características das uvas. Cada vinho reflete diferenças de parcelas e decisões tomadas na vinha e na adega. Esta abordagem defende a identidade e recusa proveniências alheias.
O Vigneron assume custos elevados porque depende inteiramente dos seus recursos próprios e do equilíbrio da sua vinha. O investimento inclui mão-de-obra especializada, adega própria e uma manutenção agrícola exigente. O risco climático também pesa com força: no caso de ocorrer uma colheita desfavorável, o Vigneron não pode recorrer a uvas externas. Por outro lado, as escolhas na adega exigem precisão absoluta e excelente domínio da enologia. Este caminho oferece autenticidade absoluta, mas impõe uma férrea disciplina técnica, operacional e financeira.
O consumidor encontra vinhos que expressam o terroir com clareza, identidade e transparência. Cada garrafa revela uma leitura sensorial fiel. O exemplo francês mostra igualmente que o Vigneron preserva o solo e o ecossistema com cuidado e conhecimento profundo.
Não, de todo. A dimensão não define o Vigneron, o qual pode possuir vinhas com dois hectares ou com duzentos. A escala é indiferente. O que importa é que todos os vinhos nascem apenas das suas uvas e da sua adega.
A iniciativa nasceu de um movimento iniciado pela Quinta das Bágeiras, na Bairrada. Reuniu vitivinicultores-engarrafadores de várias regiões que partilham do mesmo rigor e exigência, tal como a Quinta da Alameda. O encontro reforçou vontade de continuidade e abriu caminho a um movimento nacional.
Neste momento, não. O grupo inclui apenas dez produtores com uma visão comum e práticas bem estabelecidas. Existe uma associação própria para quem procura enquadramento formal. O grupo está fechado por decisão coletiva.
Estão previstas novas apresentações para profissionais do setor. O objetivo é mostrar a força e a diferença dos vinhos de Vigneron. O grupo quer realizar um evento anual em regime rotativo entre as diferentes quintas e produtores. Incentiva também a presença conjunta em feiras e a divulgação da filosofia Vigneron nas marcas dos seus membros.